A nova direção do PSD esteve longe de reunir consenso entre os congressistas. Na votação que decorreu esta manhã, a equipa que Rui Rio escolheu para a sua Comissão Política Nacional não obteve o apoio de mais de um terço dos delegados ao congresso. Um veto silencioso de 35,3% .
O resultado obtido pelo ex-autarca do Porto é inferior àquele que Manuela Ferreira Leite obteve em 2008, que teve 66% dos votos a seu favor e muito abaixo dos 80% que Passos Coelho alcançou há dois anos.
No sábado, a revelação dos nomes que Rui Rio vai levar para a direção social-democrata gerou mal-estar no Congresso. O nome de Elina Fraga, que será vice-presidente do PSD, foi o mais contestado pelos militantes presentes no Centro de Congressos de Lisboa. A ex-bastonária dos advogados foi uma forte opositora do Governo de Passos Coelho e a sua escolha não foi bem recebida. A par de nomes menos consensuais, o processo de composição da lista conjunta de Rui Rio e de Pedro Santana Lopes ao Conselho Nacional indignou várias distritais, que não foram consultadas no processo.
Os votos nulos e brancos foram a forma encontrada pelos delegados para expressar a revolta e a reprovação. Os sinais de união que o presidente eleito pretendeu dar para dentro mas também para fora não foram suficientes para amenizar as divergências que existiam à partida.
Para o Conselho de Jursidição, a lista de Rui Rio venceu as restantes com uma votação à tangente: 35, 9% contra os 30,6% da segunda lista mais votada, que representam 4 mandatos contra 3, respetivamente.
As votações mais confortáveis para as listas do novo líder do PSD foram as correspondentes às eleições para a Mesa do Congresso e para o Conselho Nacional de Auditoria Financeira, onde Rui Rio venceu com largas maiorias.