As soluções propostas para resolver a poluição provocada pela Celtejo no rio Tejo surgiram de todos os partidos políticos. Todos pedem mais fiscalização mas há quem chegue mais longe: o PAN, por exemplo, exige o encerramento com caráter de urgência das empresas mais poluidoras e que mais efluentes descarregam no rio – a Celtejo, a Navigator e a Prime Paper.
O ambientalista Francisco Ferreira, da Associação Zero, considera uma “solução exagerada” e justifica que há “alternativas intermédias que podem funcionar, como a estipulação de limites mais apertados para as licenças ambientais destas empresas.” Esta é, aliás, uma medida que é corroborada por todos os partidos políticos. “Partir logo para o encerramento pode até prejudicar a economia local”, lembra ainda o ambientalista.
Em cima da mesa, além da suspensão dos trabalhos das empresas, está ainda a existência de uma maior fiscalização sobre os resíduos gerados pela sua produção. Uma medida que Francisco Ferreira aplaude e que reúne consenso entre todos os especialistas, não levantando entraves à partida da parte do próprio Ministério do Ambiente. Mas além da fiscalização, tem de ser estudada a hipótese de “flexibilizar a produção das empresas consoante as condições ambientais.” Ou seja, o ambientalista defende que em situações em que o caudal do rio Tejo seja menor, como nos períodos de seca, por exemplo, a produção das empresdas seja reduzida de forma proporcional.
Esta foi, desde logo, uma das medidas que o Governo implementou. “Neste momento, a Celtejo está a produzir 50% menos do habitual e já se verificou uma melhoria da qualidade da água”, justifica Francisco Ferreira, sublinhando que se trata de um sinal positivo. “É por aqui que podem passar algumas das soluções intermédias.” Pode, ainda assim, não ser suficiente para fazer face às necessidades ambientais e aos anseios de negócio das empresas em causa.
Sendo que a deslocalização destas entidades parece estar fora da equação, que soluções têm as empresas para continuar a produzir e alimentar os negócios que delas dependem? Francisco Ferreira não ignora a importância destas entidades e da sua produção, e aponta uma solução que, “ainda que seja dispendiosa”, pode vir a reduzir os resíduos gerados pela produção: “desenvolvimento de um centro de tratamento de águas residuais.” O problema desta solução pode passar pelo investimento tecnológica que requer, mas seria um passo “importante para evitar” o crescimento da poluição no Tejo.