O incêndio de grandes proporções em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, já fez 25 mortos e tanto o primeiro-ministro António Costa como o presidente da Câmara Municipal, Valdemar Alves, temiam durante a madrugada que o número de vítimas mortais pudesse vir a aumentar. Já passava das quatro da manhã quando o Governo atualizou os dados e declarou o estado de contingência. Hoje de manhã, os bombeiros locais vão poder contar com o apoio de dois aviões Canadair vindos de Espanha e de dois pelotões de militares para ajudar no combate às chamas, que pelas quatro da manhã continuavam ativas em quatro frentes, segundo o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes. A essa hora existiam 593 operacionais no terreno.
Um pouco antes da meia-noite, o secretário de Estado tinha avançado com a informação de que estavam confirmados 19 mortos, a maioria por ter ficado cercada pelo fogo enquanto seguia na estrada entre Figueró e Castanheira de Pera. Outros três não resistiram à inalação de fumo.
Os bombeiros têm sentido muitas dificuldades no combate às chamas, neste que foi o dia mais quente do ano. “Estamos a tentar evacuar aldeias completamente cercadas e em muito perigo”, afirmara o presidente da Câmara Municipal de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, antes do Governo ter feito o primeiro balanço negro do número de vítimas. O autarca acrescentou que as zonas mais afetadas eram as de Mosteiro, Vila Facaia, Coelhal, Escalos Cimeiros, Regadas e Graça.
Segundo Valdemar Alves, o número de bombeiros no combate ao incêndio era “insuficiente”, em virtude de os conselhos vizinhos também estarem com fogos ativos. “É impossível acudirmos a todas as aldeias. Estamos a todo o custo a ver se nos chegam bombeiros de Lisboa”, realçava então o autarca, visivelmente abalado e considerando a situação “bastante dramática”.
“Não tenho ideia de ter uma situação como esta em Pedrógão Grande. O fogo esteve às portas da vila, a 50 metros”, disse, frisando que na localidade temeu-se o pior.
(notícia atualizada às 5h53)