António Costa tem “orgulho nas suas raízes em Goa” e explicou a um jornal indiano – Hindustan Times – que “não é uma coincidência” que seja ele a primeira “pessoa de origem indiana a liderar um país europeu”. Porquê? “Portugal é um país aberto ao mundo, com uma sociedade cosmopolita e hospitaleira”, garantiu o primeiro-ministro português, no dia em que inicia uma visita oficial à Índia.
Filho do escritor Orlando da Costa, de uma família da mais alta casta da sociedade goesa, António passará por várias cidades e termina a visita na terra do pai – Margão – onde aproveitará para visitar os familiares. O dia terá um sabor especial, com a apresentação em Deli e Goa de dois livros de Orlando da Costa traduzidos pela primeira vez para inglês: o Signo da Ira e a peça de teatro Sem Flores nem Coroas, segundo apurou a VISÃO.
Na entrevista ao Hindustan Times, António Costa alerta para os perigos que se vivem na Europa com a escalada dos partidos de extrema-direita e os sentimentos nacionalistas. “Ao nível europeu, devemos monitorizar com cuidado o aumento dos partidos populistas e xenófobos”, mas ter confiança que “o fenómenos não é irreversível e deve ser combatido pelos partidos democráticos, sejam da direita ou da esquerda”.
Numa visita onde os principais objetivos passam pelo estreitamento das relações económicas entre os dois países, o primeiro-ministro português lembrou que apesar da boa relação política, ao nível económico essas relações são hoje “quase incipientes”. “É isso que pretendemos mudar”, disse, apontando a vantagem que a Índia pode aproveitar para usar Portugal como “uma plataforma para os mercados da Europa, América Latina e África”.
António disse-se ainda honrado por participar no Pravasi Bharatiya Divas, uma espécie de dia das comunidades, celebrado a 9 de Janeiro para reconhecer os contributos e as vitórias da comunidade indiana pelo mundo. Costa promete fazer um discurso “será inspirado nas minhas raízes em Goa”.