Um aumento do número de emigrantes portugueses na Bélgica e o fecho dos consulados honorários de Liège e de Antuérpia estão a levar à rutura os serviços em Bruxelas. “Desde outubro que só é possível ser atendido através de marcação prévia”, explica Pedro Rupio, 32 anos, quadro bancário e conselheiro das comunidades portuguesas. “As pessoas queixam-se de que passam horas a tentar ligar para o consulado e, quando conseguem, a marcação só é feita para dali a três meses”, nota o também conselheiro comunal de Saint-Gilles, um município da região de Bruxelas.
Pedro Rupio explica também que neste momento vão sair dois funcionários do Consulado, o que tornará ainda pior o atendimento da comunidade portuguesa na Bélgica. Durante um encontro com José Luís Carneiro, secretário de Estado das Comunidades, foi informado que haverá a nomeação de um novo chanceler e a admissão de um técnico superior. “Mas estas pessoas não tratarão do atendimento, o que significa que a situação ainda se vai agravar mais”, nota Pedro Rupio.
Segundo o conselheiro das comunidades portuguesas, neste momento estarão registados no consulado de Bruxelas entre 60 a 80 mil nacionais, praticamente o dobro de há uma década. “O número cresceu por causa do fecho dos outros consulados e porque nos últimos anos aumentou o número de emigrantes”, diz. A situação não é muito diferente da que ocorre noutros países. “É o mesmo no Reino Unido, em França e no Luxemburgo. O anterior governo cortou e este vai pelo mesmo caminho”.