Os três funcionários do Banco Espírito Santo que eram acusados de um crime de insider trading foram esta sexta-feira absolvidos. De acordo com informações recolhidas pela VISÃO, o tribunal de 1ª instância (Instância Local de Lisboa) concluiu não ter sido reunida prova de que António Soares, Nuno Escudeiro e Pedro Serra, três elementos do Departamento Financeiro de Mercados e Estudos (DFME) do BES, tivessem informação privilegiada sobre a EDP no âmbito da venda de ações do BES Vida ao BES em 2008.
O Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa acusou os três gestores, em Julho de 2014, devido às operações com ações da EDP que tiveram como contrapartes o BES Vida e o Crédit Suisse, em Janeiro de 2008. Os procuradores entendiam haver indícios de que as operações teriam sido feitas tendo por base informação privilegiada sobre a EDP e que essas informações teriam permitido uma mais-valia de quase seis milhões de euros.
“Nos termos da acusação foi reunida prova de que tais operações assentaram em conhecimento de informação privilegiada relativa à EDP, a qual apenas viria a ser tornada pública após o fecho de mercado bolsista no dia 28.01.2008. Nos termos da acusação foram obtidas mais-valias para a carteira própria do BES no valor de 5.951.400 euros, com a prática do ilícito, razão pela qual o Ministério Público requer que esse montante seja declarado perdido a favor do Estado.”
Nesse processo, iniciado em 2012, tinham sido ainda investigados José Maria Ricciardi e o ex-administrador da área financeira, Amílcar Morais Pires. Essa parte foi imediatamente arquivada depois de o Ministério Público concluir não existirem indícios suficientes “da sua participação nos factos”.