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“Tinham terminado [a maratona] e agora não têm pernas. Tantos. Tantas pessoas sem pernas. Só sangue, sangue por todo o lado”. Nem a experiência de Roupen Bastajian, 35 anos, como marine, o preparou para o cenário de segunda-feira, junto à meta.
Se Bastajian tivesse corrido um pouco mais devagar talvez estivesse entre os mais de 140 feridos na sequência das explosões, mas, conta ao The New York Times, esteve, pelo contrário, entre os que assistiram os feridos, colocando vários torniquetes nas pernas.
Os hospitais de Boston receberam dezenas de feridos e confirmam vários vários em estado considerado grave e muitos amputados.
Deirdre Hatfield, 27 anos, estava a poucos passos da meta quando ouviu uma explosão. Em menos de nada estava a ver corpos a ser projetados pelo ar. E também relata ter visto várias pessoas sem pernas.
No meio do caos, as autoridades direcionaram os atletas e espectadores para a área onde, em situações normais, os participantes se reúnem com os familiares e amigos. Esta segunda-feira, aquele local normalmente de orgulho, exaustão e alegria transformou-se num cenário de guerra.
“Tudo o que eu podia fazer era tentar acalmar as pessoas”, conta outra testemunha, o padre Jordan, veterano das Maratonas de Boston, que estava a um quarteirão do local onde ocorreram as explosões quando ouviu o estrondo. “Nunca ouvi nada assim”, relata, ao The New York Times, acrescentando que achou que poderia ser mais útil com o seu hábito franciscano, pelo que foi a correr buscá-lo, tentando confortar os feridos e seus familiares.
Ao The Boston Globe, Andrea George, 39, de lágrimas dos olhos por não conseguir contactar com um amigo, resumia o sentimento geral: “Foi a coisa mais assustadora que alguma vez vi.”