“A poluição no ar está a causar mais mortes do que o HIV e a malária juntos”, avisou Kandeh Yumkella, director geral da Organização para o Desenvolvimento Industrial, na conferência que decorreu esta terça-feira em Oslo, onde foram especificados os objetivos das Nações Unidas para 2030. Em 2011 morreram 1,7 milhões de pessoas com sida, e, em 2010, 660 mil pessoas morreram com malária.
Os representantes da ONU acreditam que dentro de 17 anos os níveis de poluição mundial poderão ser reduzidos a metade se os países transitarem para uma utilização de energia limpa. Nesse sentido, as políticas nacionais deverão beneficiar investimentos nas energias solar, hidráulica e eólica, pois o objectivo é reverter a situação actual, que está a afetar gravemente a saúde das populações, e abrandar a mudança climatérica. Os representantes da ONU atribuem as responsabilidades ao uso abusivo de combustíveis fósseis, que intensificam o efeito de estufa na atmosfera.
As capitais da China e do México, respetivamente Pequim e Cidade do México, são as cidades que apresentam os níveis mais problemáticos de smog. Maria Neira, diretora do departamento de saúde pública e ambiente da Organização Mundial de Saúde, sublinhou que “o problema tem sido sistematicamente desvalorizado, e o número de vítimas, que agora regista 6 milhões de mortes por ano, tem tendência a aumentar”.
Dados dos países em desenvolvimento indicam que as mulheres e as crianças foram as mais afetadas pela poluição no interior das casas, devido às lareiras e fogões antigos. A Organização Mundial de Saúde publicou um estudo relativo a 2012, onde revela que 3,5 milhões de pessoas morrem todos os anos devido à poluição nas casas e interior dos edifícios, e que 3,3 milhões de indivíduos morrem devido à poluição exterior. As partículas tóxicas que estão no ar encurtam os anos de vida ao causar pneumonias e cancro.