“É uma vergonha porque alguns deles concentraram-se na pilhagem em vez de darem o alerta”, lamenta um inspetor, que pediu o anonimato, à AFP.
“Vamos interrogá-los a todos: oficiais de polícia, empregados dos serviços de imigração, outros funcionários (do aeroporto), e mesmo motoristas de táxi”, acrescentou. Segundo a mesma fonte, as câmaras de vigilância registaram as cenas de pilhagem. “Alguns vão ter de responder porque há provas”.
Na edição deste sábado, o diário Nation indica que sete polícias suspeitos de pilhagem poderão comparecer a partir de segunda-feira na justiça.
Estes homens terão sido encontrados na posse de bens roubados, nomeadamente dinheiro e álcool, das lojas do aeroporto destruídas no incêndio.
A causa do incêndio que deflagrou na quarta-feira pouco antes das 05:00 locais (03:00 em Lisboa) no terminal das chegadas internacionais do aeroporto internacional Jomo Kenyatta (JKIA) de Nairobi ainda não foi determinada.
O incêndio ocorreu numa altura em que passam 15 anos dos atentados contra as embaixadas dos EUA em Nairobi e Dar es Salaam (Tanzânia), que causaram 224 mortos e foram reivindicados pela Al-Qaida.
No entanto, o Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, excluiu na sexta-feira que o incêndio possa ter sido provocado por terrorismo.
Acrescentou que qualquer pessoa considerada culpada “de atos de negligência deverá ser punida”.
Já hoje, um inspetor queniano indicou que a pista criminal não estava ainda excluída.
“Tendo em conta os interrogatórios que temos feito junto de testemunhas e empregados, é difícil excluir um incêndio voluntário”, disse a fonte, a coberto do anonimato.
O incêndio não fez vítimas, mas paralisou o aeroporto de Nairobi, principal plataforma aérea da África oriental, com o cancelamento de voos internacionais e nacionais.
A Kenya Airways retomou os voos internos na noite de quarta-feira e os internacionais na quinta, enquanto as companhias estrangeiras começaram a retomar na sexta-feira as suas ligações a Nairobi.