A China é atualmente o segundo maior mercado de cinema do mundo, atendendo ao valor das receitas geradas nas bilheteiras, o que explicará por que vários responsáveis de Hollywood permitem que as suas obras passem pelo crivo da censura do governo chinês.
No caso do último filme do James Bond, “007 – Skyfall”, que só agora estreou na China, para ser devidamente modificado, perdeu-se, por exemplo, a cena em que um assassino contratado, que está a ser perseguido por James Bond, entra num prédio e dispara fatalmente sobre um segurança chinês.
Por outro lado, foram acrescentadas imagens panorâmicas da cidade de Xangai.
Quanto à legendagem, as alterações resultam, claro, numa incongruência entre o áudio inglês e o texto chinês apresentado: Numa cena em que Javier Bardem relata os métodos usados pelos serviços de segurança chineses para o interrogarem, as legendas foram alteradas para remover qualquer referência a tortura…
Mais tarde, em diálogo com uma empregada de bar num casino macaense, uma pergunta de James Bond sobre as ligações que a tatuagem visível na personagem tem a um círculo de prostituição (no qual suspeita que ela tenha sido forçada a entrar), as legendas transformam a cena numa averiguação sobre possíveis ligações da mulher à máfia.
O adiamento da estreia de “007 – Skyfall” fica, no entanto, também a dever-se ao ‘timing’ lançamento de duas produções chinesas.