O comunicado de Teerão diz respeito ao acordo assinado em 2015 com várias potências mundiais (França, Grã-Bretanha, Alemanha, Rússia e China) e remata com um ultimato para se renegociar um novo acordo – ou o País retomará o programa de enriquecimento de urânio.
No seu discurso, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, insistiu que os países que se mantêm no acordo tem agora dois meses para proteger o Irão das sanções americanas, a fim de evitar o seu regresso ao programa nuclear, no início do verão. Segundo os termos do acordo de 2015, isso só poderia acontecer em 2030.
A saída dos EUA do acordo a 8 de maio de 2018, há precisamente um ano, foi a razão maior agora apresentada por Rouhani, que acusou os “radicais americanos” de trabalhar para minar este acordo – “do interesse da região e do mundo, mas não dos inimigos do Irão”.
Sob esse acordo, o Irão estava autorizado a armazenar quantidades limitadas de urânio enriquecido e água pesada produzida nesse processo, exportando qualquer excesso – o que se tornou muito difícil, acusa agora Teerão, depois de os EUA terem revogado o acordo, forçando o Irão ou a interromper essa produção ou então a ignorar os limites, como optaram por fazer.
“A República Islâmica do Irão declara que não está mais comprometida em respeitar as limitações no armazenamento de urânio enriquecido e reservas de águas pesadas”, confirmou o Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irão (SNSC, na sigla em inglês) em comunicado, garantindo que “só quando as suas exigências forem atendidas, retomaremos os compromissos agora interrompidos”.
O Irão é signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear e sempre sustentou que sua investigação nuclear é de natureza puramente civil.