Uma das testemunhas contou aos investigadores que, por volta do ano 2007, ajudou o mexicano, suspeito de ter dirigido um dos cartéis de droga mais poderosos do mundo, a drogar raparigas que chegavam a ter apenas 13 anos, colocando um pó nas suas bebidas, antes de “El Chapo” as violar.
Joaquin Guzmán, de 61 anos, é acusado de ter dirigido entre 1989 e 2014 o cartel de Sinaloa, que enviou para os Estados Unidos da América mais de 154 toneladas de cocaína e grandes quantidades de heroína, metanfetaminas e marijuana, avaliadas em mais de 14 mil milhões de dólares (12 mil milhões de euros).
De acordo com as autoridades norte-americanas, “El Chapo” tornou-se o traficante mais poderoso do mundo após a morte do colombiano Pablo Escobar, em 1993. Se for condenado, Guzmán arrisca a prisão perpétua.
É também suspeito de protagonizar uma campanha de assassínios e sequestros e da lavagem de milhares de milhões de dólares.
Preso pela primeira vez na Guatemala, em 1993, e após ser condenado a 21 anos de prisão, Guzmán escapou em 2001 de uma penitenciária de alta segurança de Puente Grande (estado de Jalisco). Após 13 anos em fuga, foi capturado em 2014, mas escapou um ano mais tarde de uma prisão de máxima segurança de Altiplano, perto da Cidade do México, através de um túnel com 1,5 quilómetros. Em janeiro de 2016, e após várias tentativas, o Presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, anunciou finalmente a captura de “El Chapo”. Um ano mais tarde, o suspeito foi extraditado para os Estados Unidos.
Eduardo Balarezo, um dos advogados de Guzman, já fez saber que o seu cliente nega as alegações e lamenta que as declarações das testemunhas tenham sido tornadas públicas (sexta-feira), antes de o júri começar as suas deliberações.
Entre outras afirmações, testemunhas cooperantes que viveram com Guzman disseram aos investigadores que um sócio do narcotraficante lhe enviava regularmente fotos de raparigas. Umas delas, escolhidas por “El Chapo”, foi-lhe entregue numa das suas propriedades por cerca de 5 mil dólares.
Nos documentos do tribunal agora divulgados, lê-se que Guzman chamava a estas meninas as suas “vitaminas” porque acreditava que a atividade sexual com meninas lhe dava “vida”.