Uma análise de 195 países publicada esta quarta-feira na Lancet revela que é em Espanha que as pessoas vão viver até mais tarde dentro de 22 anos, mas Portugal tem um lugar no top 5. E se aqui ao lado, a esperança média de vida será de 85,8 anos em 2040, por cá, o estudo aponta para os 84,5, um aumento de 3,6 anos em comparação com 2016, quando o Japão ocupava o primeiro lugar.
Já o Lesoto, na África do Sul, com uma média de 57,3 anos, fica na última posição da tabela, que há dois anos era ocupada pela República Central Africana. Os dois países registam, no entanto, uma subida considerável em relação a 2016, quando tinham uma esperança média de vida na casa dos 50 anos.
Fora do top 20, deverão continuar países como o Reino Unido – 83,3 anos em 2040, o que lhe vale a 23ª posição – e os Estados Unidos, que, de acordo com a tabela agora publicada, cairão do 43º para o 64º lugar, com 79,8 anos.As previsões foram elaboradas por um grupo de investigadores do Instituto de Métrica e Avaliação de Saúde da Universidade de Washington que realçam, no entanto, que o aumento generalizado da esperança média de vida das últimas gerações (só 36 pioraram) deve agora abrandar, graças a problemas como a obesidade, a diabetes, a hipertensão, o álcool e o tabaco, a que se somará um aumento no número de mortes provocadas por doenças não contagiosas, como o cancro, patologias do pulmão e dos rins e acidentes rodoviários. Se em 2016, quatro em cada 10 causas de mortes prematuras ficavam a dever-se a lesões e doenças não transmissíveis, a previsão para 2040 aumenta este número para oito em cada 10 óbitos.
As grandes assimetrias entre países, essas, estão aí para ficar. “Num número substancial de países, demasiadas pessoas vão continuar a ter rendimentos relativamente baixos, a ter pouca instrução e a morrer prematuramente”, explica Christopher Murray, um dos especialistas envolvidos na investigação, ao mesmo tempo que aponta um caminho às nações nesta situação de forma a acelerar o progresso: “ajudar as pessoas a combater os maiores riscos, especialmente o tabaco e uma má alimentação.”
Para elaborar estas previões, os investigadores analisaram o impacto de 79 fatores, tão variados como o tabagismo, o acesso a água potável ou o Índice de Massa Corporal.
Voltando à tabela, atrás de Portugal, mas ainda no top 10, ficam Itália, Israel, França, Luxemburgo e Austrália. Tirando Portugal e Israel, todos estes países já figuravam nos primeiros 10 lugares em 2016. Saltam Andorra e a Islândia, para sexto e novo lugares respetivamente, em 2040.
Além do Lesoto e da República Central Africana, só outros dois países têm uma esperança média de vida inferior a 65 anos: Zimbabué e Somália. Completam o top 10 do fim da lista a Suazilândia, o Afeganistão, o Quiribati, os Estados Federados da Micronésia, a Papua Nova Guiné e as Ilhas Salomão.