O investigador Alessandro Strumia, que trabalha regularmente no CERN, falava em Genebra, para uma audiência jovem, composta sobretudo por mulheres, quando considerou que o resultado dos seus trabalhos prova “que a Física não é sexista contra as mulheres”, pelo contrário. Com uma série de gráficos, continuou a defender a sua teoria: que as mulheres são mais contratadas do que homens que têm as suas investigações citadas mais vezes pelos seus pares, um indicador de qualidade. O professor da Universidade de Pisa, Itália, ilustrou a “discriminação” que os homens têm enfrentado com vários exemplos, até chegar ao seu próprio caso: acredita que devia ter sido contratado pelo Instituto Nacional italiano de Física Nuclear em vez da investigadora escolhida, Anna Ceresole.
As declarações de Strumia chegaram rapidamente às redes sociais e valem-lhe agora a suspensão “imediata” de todas as suas atividades do CERN.
Em comunicado, a instituição classifica a sua apresentação como “inaceitável” e “contrária ao código de conduta do Cern”.
Contactado pela BBC, ainda na semana passada, o investigador defendeu a sua posição: “As pessoas dizem que a Física é sexista, que a Física é racista. Eu fiz umas verificações simples e descobri que não, que está a tornar-se sexista conta os homens e foi o que disse.”