A Save The Children, organização não-governamental de defesa dos direitos da criança, anunciou que mais um milhão de crianças estão em risco de fome no Iémen, aumentando o número total para 5,2 milhões.
O alerta foi dado esta quarta-feira num comunicado, que refere que este aumento tem a ver com a subida do preço dos alimentos e do petróleo em todo o país por causa do conflito, em curso desde 2015.
A interrupção do abastecimento de alimentos que chegam à cidade de Hodeida, o principal porto do país e por onde entra a maior parte da ajuda humanitária para áreas controladas pelos rebeldes, pode ter consequências devastadoras para os mais frágeis, assim alerta a ONG.
Tamer Kirolos, Diretor da Save the Children no Iémen, diz que mesmo a menor interrupção de alimentos e ajuda através desse porto pode significar a morte de centenas de milhares de crianças desnutridas “incapazes de obter a comida que necessitam para se manterem vivas”.
“Crianças gravemente desnutridas têm 12 vezes mais hipóteses de morrer de doenças evitáveis como a pneumonia, o sarampo ou a cólera”, afirma.
“Milhões de crianças não sabem quando e se terão a próxima refeição”, afirma Helle Thorning-Schmidt, presidente da Save the Children. “Num hospital que visitei, os bebés estavam demasiado fracos para chorar. Esta guerra arrisca matar uma geração inteira de crianças”, alerta.
Estima-se que no Iémen mais de 8 milhões de pessoas estejam desnutridas. A ONU afirmou que, só no mês de agosto, morreram 981 pessoas, das quais 300 eram crianças.