“Fomos inundados com cocó”. Sue Allan, uma das “vítimas”, não poupou nas palavras para descrever ao programa “As It Happens” da rádio CBC, do Canadá, o insólito incidente que ocorreu no mês passado, na cidade de Kelowna, Columbia Britânica.
Allan conta que estava dentro do seu carro, parada num sinal vermelho, com dois familiares, com o teto de abrir recolhido, quando começaram a cair pingos do céu, atingindo-lhes “o rosto, o carro, o limpa para-brisas”. Primeiro parecia-lhes lama, mas o cheiro não deixava grande margem para dúvidas.
No carro do lado, o condutor apontava para uma possível explicação: um avião que voava a baixa altitude, preparando-se para aterrar. “Foi aí que percebi que um avião que passava tinha largado cocó em cima de nós”, recorda Allan, acrescentando que tinha fezes “nos olhos e no cabelo”, o que, de resto, a deixou com uma infeção ocular, segundo o seu médico.
Ao britânico The Guardian, a protagonista do episódio conta ainda que, nesse dia, teve muita dificuldade em adormecer.
A autoridade que regula a aviação no Canadá já está a investigar o incidente e declara que “leva muito a sério todos os relatos de possíveis detritos com origem em aviões”.
Segundo o cientista ambiental Robert Young, em declarações ao Kelowna Capital News, o incidente pode ter sido causado por uma fuga no sistema de canalização do avião, que teria congelado sob a fuselagem. À medida que o aparelho perdia altitute, essa fuga “teria facilmente descongelado e tornado-se líquida enquanto caía”.