O anúncio do chefe de Estado norte-americano pode “levar-nos a tempos ainda mais sombrios do que os que vivemos hoje”, disse Mogherini, numa conferência de imprensa em que reiterou que a UE defende a solução de Jerusalém como capital dos dois Estados de Israel e da Palestina.
“O anúncio do Presidente Trump sobre Jerusalém tem um impacto potencial muito preocupante”, acrescentou, sublinhando que o contexto da região “é muito frágil”.
O movimento islâmico Hamas apelou esta quinta-feira a uma nova revolta popular palestiniana contra a decisão do presidente norte-americano.
ó podemos enfrentar a política sionista – apoiada pelos Estados Unidos – lançando uma nova Intifada”, disse o líder do Hamas, Ismail Haniyeg, num discurso na Faixa de Gaza.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu na quarta-feira Jerusalém como capital de Israel, tornando-se no único país do mundo a tomar essa decisão que representa uma rutura em relação a décadas de neutralidade da diplomacia norte-americana no âmbito do processo israelo-palestiniano.
“Determinei que é tempo de reconhecer oficialmente Jerusalém como capital de Israel”, afirmou Donald Trump, que anunciou também, como se esperava que vai dar ordens ao Departamento de Estado para mudar a embaixada dos EUA de Telavive para Jerusalém.
A comunidade internacional nunca reconheceu Jerusalém como capital de Israel, nem a anexação da parte oriental conquistada em 1967.
Israel considera a Cidade Santa a sua capital “eterna e reunificada”, mas os palestinianos defendem pelo contrário que Jerusalém-leste deve ser a capital do Estado palestiniano ao qual aspiram, num dos principais diferendos que opõem as duas partes em conflito.
Os países com representação diplomática em Israel têm as embaixadas em Telavive, em conformidade com o princípio, consagrado em resoluções das Nações Unidas, de que o estatuto de Jerusalém deve ser definido em negociações entre israelitas e palestinianos.
Uma lei norte-americana de 1995 solicitava a Washington a mudança da embaixada para Jerusalém, mas essa medida nunca foi aplicada, porque os Presidentes Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama adiaram sua implementação, a cada seis meses, com base em “interesses nacionais”.
com Lusa