A revelação de Theresa May causou calafrios, entre os membros do Parlamento inglês. Seis centenas de prédios altos, em todo o país, têm o mesmo revestimento inflamável que o da Torre Grenfell, em cujo incêndio morreram pelo menos 79 pessoas, na semana passada, disse esta manhã a primeira ministra. Os testes, realizados por precaução nos prédios altos “mais relevantes” de Inglaterra, foram pedidos pelo Governo o qual, ao obter os resultados, os transmitiu de imediato aos bombeiros e autoridades locais, para que fosse tomadas todas as medidas necessárias à segurança dos edifícios e seus residentes.
Ainda não se sabe ao certo qual foi a causa do incêndio da Torre Grenfell (e Theresa May alertou que não se devia evitar entrar em especulações sobre o assunto), mas sabe-se que os painéis que a revestiam era inflamáveis e suspeita-se que tenham tido um contributo importante na rápida propagação das chamas.
Assim, e em relação ao trabalho que está a ser realizado para prevenir novas catástrofes, a primeira-ministra explicou que “obviamente, ninguém viverá em edifícios inseguros; eles [os habitantes dos edifícios que foram e venham ainda a ser identificados] serão realojados, se necessário, e será pedido aos proprietários [dos prédios] para encontrar alojamentos alternativos onde tal é possível”.
Um pedido de desculpas e uma promessa de realojamento
Ontem, antes mesmo de estarem concluídas as investigações às causas do incêndio, Theresa May fez um pedido de desculpas público, pelo que aconteceu na Torre Grenfell: “O Estado, a nível local e nacional, falhou na ajuda às pessoas, quando estas mais precisavam. Como primeira-ministra, peço desculpa por esse falhanço. Como primeira-ministra, assumo a responsabilidade de fazer o que se pode fazer para endireitar as coisas”. E prometeu que os residentes na Torre Grenfell seriam realojados no prazo de três semanas.
Os sobreviventes do incêndio já têm destino: 68 apartamentos de Kensington Row, um condomínio de luxo no seleto bairro londrino de Kensington, estão a ser preparados para acolher os desalojados. Segundo a imprensa britânica, há moradores do bairro que não se sentem confortáveis com a decisão das autoridades britânicas.