O último balanço divulgado pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos dá conta de 72 mortos (o anterior era de 58) na sequência do bombardeamento químico de terça-feira em Khan Cheikhoun, no norte da Síria. Entre as vítimas mortais, contam-se 20 crianças.
Testemunhas ouvidas pela CNN descrevem um cenário de horror. É o caso de Feras al-Jundi, um dos médicos que acorreu ao local. “Havia muitas, muitas coisas atrozes para ver”, recorda, descrevendo que viu famílias inteiras mortas, corpos de pessoas que tinham tido morte instantânea, mas também moribundos que os médicos não conseguiram salvar. “Nunca vi nada assim na minha vida”, lamenta.
Outra testemunha relatou à Associated Press o que viu no interior do Hospital de Sarmin, a 48 quilómetros do local onde o ataque teve lugar: “Estavam inconscientes, tinham convulsões e quando recebiam oxigénio sangravam do nariz e da boca.”
“No início não nos deixavam chegar perto das vítimas porque havia o receio de que sufocassemos”, recorda, por seu lado, Mounir Aldibo, ao Al Arabiya English. “Muitas pessoas queriam ir ajudar as vítimas. Havia civis a resgatar crianças, começámos a deitar-lhes água para cima, o que havíamos de fazer? Não temos equipamento médico avançado, o único pessoal qualificado que temos são os enfermeiros”.
O Governo de Damasco e a oposição culparam-se mutuamente pelo ataque à localidade na província de Idleb, uma região controlada maioritariamente pelos rebeldes e fações islâmicas.
Khan Cheikhoun tem cerca de 75 mil habitantes, muitos dos quais deslocados da província de Hama, e está sob controlo do Exército Livre Sírio, de acordo com dados disponibilizados à agência Efe pelo diretor do Centro de Informação de Idleb, da oposição, Obeida Fadel.