Nas áreas de Mosul que já não estão sob controlo do Daesh, a vida vai voltando à normalidade. Mas a “normalidade” depois de se crescer sob o domínio dos extremistas do autoproclamado Estado Islâmico é relativa e um responsável por um dos 17 campos de refugiados (neste estão atualmente quase 12 mil pessoas, 6600 das quais crianças) contou à Sky News como viu algumas, com 6 ou 7 anos, a brincar às decapitações com um boneco de lama.
“Um deles tinha uma faca e começou a cortar-lhe a cabeça enquanto gritava ‘Allahu Akhbar'”, recorda a testemunha. “Há masculinidade, disseram-me, em cortar a cabeça”.
“Se não educarmos as mentes e curarmos os corações das crianças que estão a decapitar bonecos, a próxima geração vai replicar os mesmos conflitos”, alerta o responsável da UNICEF Anthony Lake, lembrando que o maior desafio é providencial “o milagre silencioso de uma vida normal”.
Nas salas de aula improvisadas em tendas, Shamil Ahmed-Taha, 14 anos, diz sentir que tem “uma vida nova”.
“Com o Estado Islâmico não havia educação, apenas sobre como matar, como deixar crescer a barba e usar calças curtas”, lamenta.
O Governo iraquiano e as agências internacionais, como a UNICEF, estão a encorajar as pessoas a abandonar os campos de refugiados e regressar à zona Este de Mosul, onde já reabriram 341 escolas.