De protagonista de uma foto tirada para a Illume magazine, uma revista sobre as vidas dos muçulmanos nos EUA, a uma das figuras e imagens de protesto e de resistência mais mediáticas contra Donald Trump. Munira Ahmed tem 32 anos, é natural de Queens, Nova Iorque, e trabalha como fotógrafa freelancer.
A fotografia, que mostra Munira a usar um hijab feito com a bandeira norte-americana, foi tirada há uma década, por Ridwan Adhami. Mas agora, com uma adaptação de Shepard Fairey – conhecido por outra adaptação feita a uma fotografia de Barack Obama –, passou a ser um símbolo da diversidade das mulheres americanas e de protesto às promessas de banir os muçulmanos do país, feitas por Trump durante a campanha eleitoral.
Embora tenha sido por acaso que Munira Ahmed posou para esta fotografia, uma amiga de infância da americana garante que, para quem a conhece, este parece ter sido um acaso quase propositado. A escrever ao o Vox.com, Michelle, a amiga, conta que conheceu Munira aos 10 anos de idade e que, já aí, se notava o seu orgulho pela religião islâmica. “Sempre tive a necessidade de falar porque sou um ser humano”, simplifica a protagonista da fotografia.
Curiosamente, quer Munira quer Donald Trump cresceram em Queens e, de acordo com Michelle, nalgumas versões da fotografia original, é possível ver o letreiro do The Trump Building.
A adaptação de Shepard Fairey foi a imagem proiminente em várias manifestações anti-Trump, nomeadamente na marcha das mulheres que aconteceu em Washington, um dia depois da tomada de posse de Donald Trump. Munira sente-se orgulhosa por ser um símbolo nesta luta. “É uma honra por aquilo que a fotografia representa. Não é anti-nada. É sobre inclusão. É dizer ‘Eu sou americana tal como tu'”, disse ao jornal The Guardian.
Sobre as políticas de Trump, Munira acha dececionante que algumas pessoas, as que concordam com a retórica do presidente, considerem que, na América, é normal excluírem-se pessoas de origens diferentes. “Muito do progresso desta nação aconteceu por causa dos imigrantes, portanto a ideia [lançada por Trump durante a campanha] de banir os muçulmanos ou o registo de muçulmanos é absurda. O que faz com que este país seja grande é o pluralismo. A nossa diversidade é a inveja do mundo”, acrescentou.