“Se passarmos a mensagem de que é aceitável fechar as portas aos refugiados ou descriminá-los com base na religião, estamos a brincar com o fogo.” Este é o alerta deixado pela atriz Angelina Jolie, num artigo de opinião que escreve para o The New York Times e que mostra o seu descontentamento perante a recente medida anti-imigração apresentada pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, no passado dia 27 de janeiro.
A embaixadora do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados não acredita nesta forma de proteção e diz mesmo que não é assim que os EUA ficam mais protegidos. “Agir com medo não é o nosso caminho. Atacar os mais fracos não mostra força.” Aliás, Angelina desmente que os refugiados são admitidos no país sem escrutínio detalhado por parte das autoridades – passam por o nível mais alto de segurança do que qualquer outro viajante.
Mãe de seis filhos, todos eles nascidos fora dos EUA, a atriz diz que, naturalmente, quer um país seguro para os seus filhos, mas que quer garantir também que as crianças refugiadas, classificadas para asilo, terão sempre a hipótese de entrar numa “América compassiva”.
Angelina teme que a medida de Trump possa ser o começo de um momento de instabilidade mundial. “Nós estamos a acender um fusível que vai queimar em todos os continentes, virando a própria instabilidade que procuramos proteger contra nós mesmos”, escreve.
Embora compreenda e considere completamente justificável que os governantes pensem nas melhores formas de proteger o país, tendo em conta as recentes ameaças terroristas, a embaixadora da ONU entende que o balanço entre as necessidades dos cidadãos e as responsabilidades internacionais deve ser feito com base nos factos e não no medo.
Deve-se, sim, olhar para as fontes de ameaça terroristas e fazer com que o combate a estas ameaças e a busca pela segurança seja uma causa comum a todas as fés e religiões. E termina dizendo: “é neste sentido que eu espero que qualquer presidente da nossa grande nação lidere, em nome de todos os americanos”.