O deputado do Partido Trabalhista afirmou que a influência de Moscovo no referendo do Brexit é “altamente provável” e que entra no padrão da estratégia russa de intererência nos assuntos de Estado dos outros países.
Usando a acusação da CIA a Moscovo de uma alegada tentativa de influência de hackers russos nas eleição americanas, o deputado mostrou preocupação e levantou a questão relativamente ao referendo britânico.
Ao discursar na Câmara dos Comuns, num debate sobre o estado de emergência de Alepo, na Síria, o político defendeu que o fluxo massivo de emigrantes na Europa foi deliberadamente encorajado pela Rússia para destabilizar a União Europeia.
“Não acredito que tenhamos ainda começado sequer a acordar para aquilo que a Rússia anda a fazer no que toca à guerra online“, disse Bradshaw, reforçando: “Não se trata apenas da sua interferência, agora provada, na campanha presidencial americana, mas também provavelmente no nosso referendo do ano passado.”
Segundo a CIA, um ataque de hackers russos terá feito chegar e-mails alterados do Partido Democrático ao site do WikiLeaks, ajudando à eleição de Donald Trump.
Alguns políticos e responsáveis de gabinete alemães também já alertaram para o perigo de ter hackers e outros funcionários do Estado russo a minar as eleições de 2017.
“Ainda vamos aperceber-nos de que a estratégia russa é enfraquecer e dividir o mundo livre e que conduzir a maior onde de refugiados para a Europa desde a Segunda Guerra Mundial é uma parte deliberada do plano”, disse o político, que foi ministro da Saúde entre 2007 e 2009 e líder da Câmara dos Comuns em 2002 e 2003. Rematou ainda com a pergunta: “Quando é que vamos admitir que aquilo que Putin não conseguir atingir pela via militar já está a conseguir através da guerra digital e da propaganda?”
Perante estas declarações, um porta-voz do governo já veio dizer que não foi encontrada qualquer prova de que a Rússia tenha interferido no curso do referendo que vai levar ao divórcio britânico da União Europeia.