O atual ministro da Economia russo, Alexei Ulyukayev, foi surpreendido na madrugada passada, à boa maneira soviética, por uma visita da FSB (ex-KGB) que o apanhou declaradamente a cometer um alegado crime de corrupção. Em causa um suborno no valor de quase 1,9 milhões de euros da companhia petrolífera russa Bashneft, pertencente à gigante Rosneft.
Alexei Ulyukayev é um dos rostos da luta contra a intervenção do Estado na economia e suspeita-se que este crime seja parte de uma batalha que decorre “à porta fechada” entre as diferentes fações do Kremlin.
No início deste ano, o governo pôs 50,1% da Bashneft à venda no mercado mas tanto o ministro da Economia como outros políticos e homens de negócios da ala mais liberal do governo foram contra a oferta da Rosneft.
Segundo a porta-voz do Comité de Investigação, Svetlana Petrenko, “trata-se de um suborno dos representantes da Rosneft acompanhado de ameaças” por parte do ministro, que “foi apanhado a aceitá-lo”.
O ministro ter-se-á dirigido à administração da Rosneft com o valor que queria em troca da aprovação da oferta e a empresa contactou as autoridades.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, veio a público afirmar que Ulyukayev enfrenta acusações “muito sérias” e que para as provar são necessárias “provas muito sérias”, acrescentando que o Presidente, Vladimir Putin, tinha sido informado da detenção.
No cargo desde 2013 e em funções governativas desde 2000, Ulyukayev passa, aos 60 anos, a ser o mais alto elemento do governo detido desde 1991.
O Comité de investigação indicou que as acusações serão apresentadas em breve e o ministro, uma das figuras-chave neste momento de crise que o país atravessa, vai ser hoje presente a juiz e arrisca uma pena que pode ir de 8 a 15 anos de prisão.