A corrida à presidência dos Estados Unidos da América está cada vez mais quente e, à medida que aquece, o candidato republicano adiciona ainda mais fogo às palavras. “As intervenções de Donald Trump fazem-me lembrar a dos machos chimpanzés e os seus rituais para dominar”, analisa Jane Goodall, talvez a maior especialista mundial no que toca ao conhecimento dos primatas, num artigo publicado na revista Atlantic.
A antropóloga britânica, de 82 anos, fala com conhecimento de causa, depois de ter passado mais de metade da sua existência a estudar a vida dos chimpanzés selvagens na Tanzânia. Tal como Donald Trump, justifica-se, “de forma a impressionar os rivais” também os primatas “machos que procuram subir na hierarquia da dominação realizam exibições espetaculares: dão patadas, batem no chão, arrastam ramos, atiram pedras”. O magnata de Nova Iorque não fugirá muito desse padrão quando exibe o racismo e a xenofobia, exorta à violência ou lança pérolas sexistas.
Na perspetiva de Goodall, mensageira da paz das Nações Unidas, os exageros mediáticos do rival de Hillary Clinton enquandram-se numa ideia que absorveu durante os anos passados na selva, e que lhe permitiu concluir que “quanto mais vigoroso e imaginativo for o comportamento, mais depressa o indivíduo chega ao topo da hierarquia e mais tempo se mantém nessa posição”.
Resultará com Trump?