Diz-se que a claque irlandesa é tão pacífica e simpática, justamente, para firmar a diferença com a equipa inglesa, muito conotada com o hooliganismo e a violência.
Mas também há outras razões invocadas para o tradicional fair-play das claques irlandesas. País com forte ruralidade e marcadas referências culturais, são-lhe conhecidos, porém, dois períodos históricos no século XX marcados pela ferocidade. Nada disso transparece no futebol. A serenata em Bordéus a uma jovem francesa, filmada de ambas as perspetivas – dela e deles, os irlandeses -, tornou-se viral.
Amanhã, a Irlanda joga contra a Itália, mas quer ganhem, quer percam, quer empatem, fazem questão de fazer uma festa. Foi o aconteceu no pós-jogo contra a Suécia em Toulouse: ambos festejaram o empate, lado a lado.
Várias fotos de polícias franceses sorridentes com adeptos irlandeses tornaram-se virais. Assim como vídeos de muita animação. Em que os polícias até cantam com os adeptos.
Como são famosos pelo fair-play, já se comportam de acordo com a sua imagem de marca. É uma maneira bem mais simpática (e civilizada) de dar nas vistas.
Em 96, quando a Irlanda jogou com Portugal, ficou toda a gente fascinada porque os 30 mil que vieram ao nosso país, nunca causaram distúrbios: só boa disposição. Em Teerão, também ficou na história um episódio curioso: o governo iraniano excepcionalmente autorizou a presença das mulheres no estádio. Entenderam que era mais prudente manter as adeptas irlandesas dentro do estádio, do que ter grupos de louras e ruivas a andar, à solta, pelas ruas.