“O ano que agora está a terminar foi, talvez, o mais difícil de que tenho memória, desde 1974.” A frase é do primeiro-ministro, dita na passada sexta-feira, durante o debate quinzenal com o Governo, na Assembleia da República. Mas Pedro Passos Coelho não se ficou por esta constatação negativa, quis deixar uma esperança: “Foi também o ano em que mais semeámos para o futuro, para que uma crise como aquela que estamos a viver não volte a ocorrer.” Não sabemos se o primeiro-ministro vai querer continuar a semear em 2013. Sabemos, sim, quais as previsões do Governo para o próximo ano: a economia continuará em recessão.
Ainda assim, dizem os analistas, as perspetivas do Orçamento do Estado para 2013 são demasiado otimistas. Porque vamos sofrer o tal aumento “enorme” dos impostos e ficar com menos dinheiro para gastar.
As empresas vão vender menos, abrindo a porta a mais despedimentos. Que, por sinal, serão bem mais baratos de acordo com a nova lei das indemnizações proposta pelo Governo. Com mais desemprego, salários e pensões mais baixos e um custo de vida que não para de subir assim será 2013. Que semente germinará?