Quando não se tem maioria absoluta e o Governo é sustentado por partidos que não partilham exatamente as mesmas exigências, só há um caminho a seguir: negociar, negociar, negociar. Ou, como diz o PCP, fazer “um exame comum”.
Mas se se olhar para o Orçamento do Estado para 2017 é fácil perceber que, como em qualquer outra negociação, aqueles a quem cabe exigir partiram de uma fasquia elevada, batalharam por ela, mas no final conseguiram um resultado que ficou a meio caminho. O Governo, a quem cabia ceder, foi cauteloso e António Costa acaba por conseguir convencer PCP, BE e PEV a aceitarem um Orçamento que fica aquém dos patamares que cada um tinha colocado inicialmente. Façamos o exercício: o que foram os pedidos dos partidos que apoiam o Governo e qual foi, no final, a resposta.
A meio caminho ou não, o orçamento está entregue, mas até 29 de novembro pode e deve sofrer alterações. Os partidos, nomeadamente os da esquerda, não se vão coibir de mostrar no próximo mês que têm conquistas a alcançar. O próprio primeiro-ministro admitiu, em entrevista ao DN, que o documento hoje entregue tem “condições para poder ser melhorada ao longo do debate parlamentar”.