“Reduzir o défice orçamental, conter a dívida, estes objetivos abrangentes do programa, têm de continuar no caminho certo, o programa tem de continuar no caminho certo”, afirmou Abebe Selassie, em entrevista por telefone a partir da sede do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington.
O responsável explicou que os técnicos usaram uma boa parte do tempo desta revisão em discussões com o Governo sobre a revisão da despesa pública e os cortes que serão necessários do lado da despesa para os próximos orçamentos de forma a serem consistentes com as novas metas do défice.
Segundo Abebe Selassie, as metas do défice foram revistas, “tanto quanto possível”, para não criar mais recessão e desemprego e que esta missão foi “particularmente difícil”.
“As metas do défice estão a ser revistas para garantir que não é criada uma pressão indevida sobre o Produto Interno Bruto (PIB) ao continuar a perseguir as metas originais”, afirmou, sublinhando o papel do disparar do desemprego para esta revisão de metas.
O líder da do FMI avisa, no entanto, que existem restrições quanto ao acesso a financiamento por parte de Portugal e ramificações caso Portugal continue a endividar-se em vez de reduzir o défice, e que, como tal, não se pode contar com mais adiamentos para cumprir a meta do défice de forma garantida.
Quando ao aumento do desemprego, Abebe Selassie admite que foi “muito pior” que o esperado e diz que a única forma duradoura de recuperar emprego é acabar o ajustamento o mais rápido possível.
“O resultado do desemprego é muito infeliz, é mesmo muito pior que o esperado. É exatamente devido a isto que as metas do défice estão a ser revistas, devido à preocupação de tentar evitar mais pressões sobre o emprego”, afirmou.