No Boletim Económico de Outono hoje publicado, a instituição liderada por Carlos Costa demonstra-se preocupada com o declínio do investimento empresarial e com as suas implicações no crescimento económico no futuro.
Como tal, defende que é necessária a continuação da consolidação orçamental mas “tendo cada vez mais em conta a necessidade de garantir um crescimento económico sustentável no médio prazo e uma eficiente utilização dos recursos”.
“Um funcionamento mais eficiente dos mercados e uma redução da carga fiscal constituem incentivos à inovação e à incorporação de progresso técnico por parte das empresas, assim como ao investimento em educação e capital humano por parte das famílias, os quais são as componentes essenciais para promover um crescimento sustentado da economia portuguesa”, diz o Banco de Portugal.
Nesse sentido, diz a instituição, a “estratégia de consolidação orçamental deverá prosseguir tendo cada vez mais em conta a necessidade de garantir um crescimento económico sustentável no médio prazo” e que neste contexto terão de ser implementadas “medidas de racionalização da despesa pública que permitam uma redução gradual, mas duradoura, da carga fiscal sobre famílias e empresas e que estimulem um crescimento sustentável e equilibrado da procura interna, com destaque para o investimento empresarial”
Mais de 60% do desemprego é de longa duração
O Banco de Portugal alerta ainda que as condições do mercado de trabalho “continuaram a deteriorar-se” na primeira metade de 2013, sendo os desempregados de longa duração um dos grupos mais afetados, superando os 60% do desemprego total.
“O crescimento expressivo do desemprego de longa duração é um dos elementos mais preocupantes da evolução recente do mercado de trabalho português”, lê-se no Boletim Económico de Outono hoje divulgado pela instituição liderada por Carlos Costa que indica que o desemprego de longa duração corresponde a 60,3% do desemprego total.
No documento, o banco central dá conta de “uma queda significativa do emprego e [de] um aumento da taxa de desemprego” nos primeiros seis meses do ano, uma evolução que é acompanhada por uma “descida significativa da população ativa e uma redução da população residente”, uma situação que é mais visível entre a população mais jovens, com mais qualificações e maior mobilidade.