Apesar do valor muito baixo das coimas, por se tratar de empresas de pequena dimensão, o caso das escolas de condução da Madeira foi exemplar, pois passou a ideia de que todas as atividades económicas, independentemente da dimensão do negócio ou da zona do País onde são realizadas, estão sujeitas às leis da concorrência.
Com a liberalização do setor que pôs fim ao regime condicionado de licenciamento de novas escolas de condução, deu-se um aumento da concorrência nesta atividade, o que levou a uma queda generalizada dos preços, para valores na ordem dos 300 euros.
Mas, no Funchal, o fenómeno foi diferente. Os donos das escolas encontravam-se e discutiam os preços. Era uma forma de cartel pouco organizado. Numa primeira fase, subiram, em conjunto, os preços para os 500 euros e, mais tarde, atingiram os 600. No espaço de poucos meses, o custo das aulas de condução duplicou, num claro prejuízo para os consumidores, pois quem reside na Madeira não tinha a alternativa de tirar a carta noutra escola.
Após a investigação, a AdC apurou a existência de uma prática concertada de preços, por não existir, do ponto de vista económico, uma explicação plausível para o seu aumento generalizado. Atendendo ao facto de as empresas envolvidas serem de pequena dimensão e operarem num mercado caracterizado pela insularidade, a AdC acabou por fazer uma condenação de valor baixo.