A Jimmy Choo anda à procura de novos sócios que queiram entrar no capital da empresa. A novidade foi anunciada pela própria e causou surpresa no mercado de sapatos de luxo internacional, até porque no início do ano tinham declarado um aumento de 15,7 % nos lucros, que ascenderam a 59 milhões de libras (74,4 milhões de euros).
“Rever as opções estratégicas de forma a maximizar o valor dos seus acionistas” foi a justificação que avançou para se abrir à entrada de novos sócios. De acordo com o jornal britânico The Guardian, a ideia recebeu o apoio dos diretores independentes da empresa e também do acionista maioritário, a JAB Luxury, que detém 68% da marca.
A verdade é que só o anúncio de abertura a novos sócios fez as ações da empresa dispararem para valores máximos, desde que foi submetida á cotação, em outubro de 2014. Mas, por agora, a empresa diz não ter tido ainda qualquer proposta de compra. E, quando tiver, as negociações serão conduzidas no contexto de um “processo de venda formal” para que cada interessado possa fazer uma oferta confidencial, tal como adiantou a agência de notícias Reuters.
Já o Guardian adianta que a expectativa é a de que a oferta de venda atraia investidores estratégicos americanos, mas também do Médio Oriente, da China e da Rússia. Provavelmente mercados para onde a empresa – que além de sapatos, também produz acessórios de moda – pretende expandir.
A empresa tem beneficiado da queda da libra desde que o Brexit se tornou uma realidade e o mercado chinês tem sido um alvo de eleição para a marca. Mas o jornal britânico aponta também uma outra razão para a entrada de novos sócios: a acionista maioritária “JAB, uma empresa de investimentos da família alemã Reimann, quer vender a sua participação no grupo de calçado para se concentrar no setor alimentar e outros bens de consumo”.
A família Reimann, uma das mais ricas da Europa, tem construído um império com várias marcas de café e está a relegar para segundo plano os seus investimentos em artigos de luxo, que, neste momento, representam menos de 10% da sua carteira de investimentos.
Fundada em Londres, em 1996, pelo estilista oriundo da Malásia, Jimmy Choo, em conjunto com Tamara Mellon, então editora de acessórios da Vogue, a empresa tem hoje 150 lojas em todo o mundo, depois de, no ano passado, ter aberto mais 10.
E se a marca já era um sucesso nos pés das mulheres, parece que está igualmente a ser bem cobiçada pelo universo masculino, segmento em que se tem verificado um rápido crescimento e que já representa 9% da receita total.