As duas mais recentes mortes, em abril e em maio, na Malásia, tornaram-se do conhecimento público justamente através de um comunicado da Honda. Diz o fabricante japonês de automóveis que o enchimento do airbag, fabricado pela Takata e usado no Honda City, rompeu, em dois acidentes, tendo causado a morte aos condutores.
Também em abril, mas no Texas, EUA, uma adolescente de 17 anos morreu numa colisão pouco grave, em consequência da explosão do airbag. Aliás, 11 das 13 fatalidades registadas, aconteceram nos Estados Unidos, país que já tinha ordenado a recolha e reparação de 29 milhões de airbags. Além das 13 mortes, foram registados mais de 100 feridos devido a estas explosões.
Esta semana, um tribunal americano voltou a notificar a Takata para recolher mais 35 a 40 milhões de veículos, naquela que será a maior recall de automóveis da história da América. Enquanto isso, a Honda já veio dizer que não voltará a usar os produtos da Takata. A Ford já tinha feito o mesmo.
O que tem acontecido, mesmo em acidentes de quase nenhuma gravidade, é que os airbags explodem, projetando fragmentos de metal na direção dos condutores. Como se fossem balas.
Segundo a autoridade norte-americana dos transportes, o risco é superior em zonas de maior humidade, que contribui para a deterioração dos airbags. O defeito estará no nitrato de amónio, o gás usado para encher os airbags. Esta substância capta a água do ar e, uma vez húmida, tende a explodir em situações de temperaturas mais altas. A maior parte dos acidentes aconteceram em regiões de clima quente.
Este problema com os airbags da Takata arrasta-se desde 2008, ano das primeiras recolhas, envolvendo não só a Honda, mas também marcas como a Toyota ou a Nissan. Mesmo em Portugal, já houve várias recolhas. Há um ano, por exemplo, a Honda chamou às suas oficinas mais de 12 mil unidades em Portugal.
Um tribunal norte-americano já condenou a Takata a pagar uma multa de 200 milhões de dólares (cerca de 175 milhões de euros) por causa dos airbags defeituosos. A japonesa detém, atualmente, uma quota mundial de 22% no fabrico de airbags.