Uma longa-metragem com uma história forte, marcada pela realidade recente do país, eis os ingredientes principais de São Jorge, o novo filme de Marco Martins, agora escolhido para integrar a seleção oficial do Festival Internacional de Cinema de Veneza. Integrado na secção Horizontes, segundo a produtora Filmes do Tejo, será o único representante português no certame e marca o regresso do realizador, após a última presença, em 2006, com a curta Um Ano Mais Longo. O novo filme apresenta a história de um pugilista, desempregado de longa duração, endividado, que aceita trabalhar numa empresa de cobranças difíceis.
Cruzando ficção e documentário, São Jorge tem como pano de fundo os anos da intervenção da troika em Portugal e a crise financeira que assolou o país. O ator Nuno Lopes calça as luvas do protagonista, repetindo a parceria com o realizador na sua película de estreia, Alice (2005), que foi distinguida no Festival de Cannes, com o prémio Regards Jeunes. Do elenco da longa, fazem também parte Beatriz Batarda, Gonçalo Waddington, Carla Maciel e Mariana Nunes, a que se juntam atores não profissionais.
Outros dois filmes presentes em Veneza têm impressões digitais portuguesas, já que são co-produzidos pela Leopardo Filmes de Paulo Branco: Os belos dias de Aranjúez, de Wim Wenders (em competição) e A Jamais de Benoit Jacquot (fora da competição). O festival, que decorrerá entre 31 de agosto e 10 de setembro, e que inclui homenagens ao ator francês Jean Paul Belomondo e ao reaalizador polaco Jerzy Skolimowski, vai abrir com a película de Damian Chazelle, La La Land, portagonizada por caras de Hollywood – Ryan Gosling e Emma Stone.
Mas há muitos outros nomes reconhecíveis na competição: Isabelle Huppert no filme Ce qui nous éloigne, de Wei Du; Cate Blanchet em Voyage of time, do elusivo Terrence Malick; Michael Fassbender e Alicia Vikander em The Light between oceans, realizado por Derek Cianfrance; Natalie Portman na co-produção americana-chilena Jackie; ou Jake Gyllenhaal em Nocturnal animals, de Tom Ford.
Em competição (seleção oficial):
The Bad Batch, de Ana Lily Amirpour (EUA)
Une Vie, de Stéphane Brizé (França/Bélgica)
La La Land, de Damien Chazelle (EUA)
The Light Between Oceans, de Derek Cianfrance (EUA/Austrália/Nova Zelândia)
El Ciudadano Ilustre, de Mariano Cohn e Gaston Duprat (Argentina/Espanha)
Spira Mirabilis, de Massimo D’Anolfi e Martina Parenti (Itália/Suíça)
The Woman Who Left, de Lav Diaz (Filipinas)
La Region Salvaje, de Amat Escalante (México)
Nocturnal Animals, de Tom Ford (EUA)
Piuma, de Roan Johnson (Itália)
Paradise, de Andrei Konchalovsky (Rússia/Alemanha)
Brimstone, de Martin Koolhoven (Holanda/Alemanha/Bélgica/França/Reino Unido/Suécia)
On The Milky Road, de Emir Kusturica (Sérvia/Reino Unido/EUA)
Jackie, Pablo Larrain (EUA/Chile)
Voyage Of Time, Terrence Malick (EUA/Alemanha)
El Cristo Ciego, de Christopher Murray (Chile/France)
Frantz, de François Ozon (França)
Questi Giorni, de Giuseppe Piccioni (Itália)
Arrival, de Denis Villeneuve (EUA)
Les Beaux Jours D’Aranjuez, de Wim Wenders (França/Alemanha)
Secção Orizzonti:
Le reste est l’oeuvre de l’homme, de Doria Achour (França/ Tunísia)
Tarde para la ira, de Raúl Arévalo (Espanha)
Dadyaa, de Bibhusan Basnet, Pooja Gurung (Nepal/ França)
Stanza 52, de Maurizio Braucci (Italia)
King of the Belgians, de Peter Brosens e Jessica Woodworth (Bélgica/ Holanda/ Bulgária)
Laavor et Hakim (Through the wall), de Rama Burshtein (Israel)
Molly Bloom, de Chiara Caselli (Italia)
Liberami, de Federica Di Giacomo (Italia/França)
Samedi Cinema, de Mamadou Dia (Senegal)
Koca Dunia (Big big worId), de Reha Erdem (Turquia)
Colombi, de Luca Ferri (Italia)
On the origin of fear, de Bayu Prihantoro Filemon (Indonésia)
Good news, de Giovanni Fumu (Coreia do Sul/Itália)
Ruah, de Flurin Giger (Suíça)
Ce qui nous éloigne, de Wei Hu (França)
Gukoroku, de Kei Ishikawa (Japão)
Srecno, Orlo! (Good luck, Orlo!), de Sara Kern (Eslovenia/Croátia/Áustria)
Maudite Poutine, de Karl Lemieux (Canadá)
Amalimbo, de Juan Pablo Libossart (Suécia/Estónia)
Midwinter, de Jake Mahaffy (EUA/ Nova Zelândia)
La voz perdida, de Marcelo Martinessi (Paraguai/ Venezuela/Cuba)
São Jorge, de Marco Martins (Portugal)
Dawson city: frozen time, de Bill Morrison (EUA/França)
Réparer les vivants, de Katell Quillévéré (França/Bélgica)
White sun, de Deepak Rauniyar (Nepal/EUA/Qatar/Holanda)
Malaria, de Parviz Shahbazi (Irão)
500,000 Pee (500,000 Years), de Chai Siris (Tailândia)
Kékszakállú, de Gastón Solnicki (Argentina)
Dark Night, de Tim Sutton (EUA)
Prima noapte (First night), de Andrei Tanase (Roménia/Alemanha)
Home, de Fien Troch (Bélgica)
Die Einsiedler, de Ronny Trocker (Alemanha/ Austria)
Il piú grande sogno, de Michele Vannuci (Italia)
Boys in the trees, de Nicholas Verso (Australia)
Ku Qian (Bitter money), de Bing Wang (Hong Kong/França)
Fora de competição:
The Young Pope (episodes 1&2), de Paolo Sorrentino (Itália/França/Espanha/EUA)
The Bleeder, de Philippe Falardeau (EUA/Canadá)
The Magnificent Seven, de Antoine Fuqua (EUA)
Hacksaw Ridge, de Mel Gibson (EUA/Austrália)
The Journey, de Nick Hamm (Reino Unido)
A Jamais, de Benoît Jacquot (França/Portugal)
Gantz: O, de Yasushi Kawamura (Japão)
The Age Of Shadows, de Jee-woon Kim (Coreia do Sul)
Monte, de Amir Naderi (Italy/U.S./França)
Tommaso, de Kim Rossi Stuart (Itália)
Documentários:
Our War, de Bruno Chiaravalloti (Itália/EUA)
I Called Him Morgan, de Kasper Collin (Suécia/EUA)
One More Time With Feeling, de Andrew Dominik (Reino Unido)
Austerlitz, de Sergei Loznitsa (Alemanha)
Assalto Al Cielo, de Francesco Munzi (Itália)
Safari, de Ulrich Seidl (Áustria/Dinamarca)
American Anarchist, de Charlie Siskel (EUA)
Planetarium, de Rebecca Zlotowski (França/Bélgica)