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- O ‘best of’ do fotojornalismo (com a foto de Daniel Rodrigues)
Daniel Rodrigues, 25 anos, galardoado no World Press Photo 2013, fez manchetes também por estar então desempregado. No passado fim de semana, esteve na cidade holandesa para receber o prémio. Em exclusivo para a VISÃO, conta os pontos altos da experiência:
“Faço um balanço muito positivo destes três dias de presença no World Press Photo. Tive a oportunidade de estar, e de poder conversar, com grandes fotógrafos a nível mundial que sempre admirei, incluindo o meu mestre, Emílio Morenatti [fotojornalista espanhol, igualmente premiado, este ano, com o 3.º prémio em Temas Contemporâneos – singles, que, em 2006, foi sequestrado por homens armados, em Gaza, e libertado depois, e que perdeu o pé esquerdo no Afeganistão, devido a uma mina terrestre], cujo trabalho sempre me inspirou. Foi muito bom ouvir da boca desses profissionais elogios ao meu trabalho. Um outro aspeto positivo do evento é ter tido igualmente a oportunidade de criar uma rede de contactos importantes com editores de vários jornais e agências.
No programa do WPP, destaco a apresentação do [fotojornalista canadiano] Larry Towell: observar as fotografias da sua carreira e, ao mesmo tempo, ouvi-lo tocar e cantar um tema específico para cada imagem, foi algo fantástico. Igualmente especial foi a apresentação de um trabalho sobre a recuperação física do Emílio Morenatti – um momento que causou arrepios.
Passámos dias inteiros fechados em salas a ver portefólios – algo que não me importei nada de fazer. Mas fora das apresentações oficiais, todos os vencedores conversaram uns com os outros, sem vedetismos. Somos todos iguais, somos todos fotógrafos. O próprio Paul Hansen, o grande vencedor desta edição, revelou-se um homem simples e muito humilde.
Um outro momento especial foi o da inauguração da exposição World Press Photo 2013: ver a minha fotografia impressa, num tamanho enorme, e no meio de tantos trabalhos bons, provocou-me um sentimento forte. Creio que foi então que “a ficha caiu”: “Eu ganhei um WPP.” A conclusão que tiro desta experiência é que amo fotografar, que fazer fotojornalismo é a minha vida, e que devo continuar a lutar para realizar os meus sonhos – não importa a crise, o dinheiro, os problemas.”